segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O Simbolismo do Natal V - Jesus e os 3 Traidores

Jesus em hebraico é Jeshuá; Jeshuá significa Salvador, e, como Salvador, nosso Jeshuá particular tem de nascer neste estábulo que temos dentro de nós para realizar a Grande Obra; Ele é o Magnésio Interior do Laboratório Alquimista. O Grande Mestre deve surgir no fundo de nossa Alma, de nosso Espírito.

O mais duro para o Cristo Íntimo, após seu nascimento no coração do Homem, é precisamente o Drama Cósmico, sua Via Crucis. No Evangelho as multidões aparecem pedindo a crucificação do Senhor; essas não são multidões de ontem, de um passado remoto, como se supõe, de algo que ocorreu há 1975 anos. Não, senhores, essas multidões estão dentro de nós mesmos, são nossos famosos “Eus”; dentro de cada pessoa moram milhares de pessoas, o “Eu odeio”, o “Eu tenho ciúmes”, o “Eu sinto inveja”, o “Eu sou cobiçoso”, ou seja, todos os nossos defeitos, e cada defeito é um “Eu” diferente. É claro que essas multidões que trazemos dentro de nós, que são nossos famosos “Eus”, são os que gritam:

“Crucifiquem-no, crucifiquem-no ! "

Quanto aos Três Traidores, já sabemos que no Evangelho Crístico são Judas, Pilatos e Caifás. Quem é Judas? O Demônio do Desejo. Quem é Pilatos? O Demônio da Mente. Quem é Caifás? O Demônio da Má Vontade.

Mas é preciso esclarecer isto, para que se possa compreender melhor. Judas, o Demônio do Desejo, troca o Cristo Íntimo por trinta moedas de prata: 30 (3 + 0=3), esta é uma soma cabalística, ou seja, troca-o pelas coisas materiais, pelo dinheiro, pela bebida, pelo luxo, pelos prazeres animais, etc.

Quanto a Pilatos, é o Demônio da Mente; este sempre “lava as mãos”, nunca tem culpa, para tudo encontra uma evasiva, uma justificativa, jamais se sente responsável.

Realmente, estamos sempre justificando todos os defeitos psicológicos que temos em nosso interior, jamais nos julgamos culpáveis. Muita gente me diz: “Acredito ser uma boa pessoa; eu não mato, não roubo, sou caridoso, não sou invejoso“, ou seja, são todos cheios de virtude, perfeitos, segundo eles próprios; “ignoto”, é o que tenho a dizer diante de tanta perfeição.

Assim, olhando as coisas como são, em seu cru realismo, esse Pilatos sempre lava as mãos, nunca se considera culpado.

Quanto a Caifás, francamente, considero o mais perverso de todos. Pensem no que representa Caifás: muitas vezes o Cristo Íntimo nomeia um Sacerdote, um Mestre ou Iniciado para que guie suas ovelhas e as apascente, lhe entrega a autoridade e o põe à frente de uma congregação, e o tal Sacerdote, Mestre, Iniciado, etc., em vez de guiar seu povo sabiamente, vende os Sacramentos, prostitui o Altar, fornica com as devotas, etc. - ou seja, trai o Cristo Íntimo; isto é o que faz Caifás.

É doloroso isto? Ë claro, é horrível, é uma traição do tipo mais sujo que há, e não há dúvida de que muitas religiões se prostituíram e muitos sacerdotes traíram o Cristo Íntimo; não me refiro a nenhuma seita em particular, mas a todas as religiões do mundo. Inclusive grupos esotéricos, dirigidos por verdadeiros Iniciados, e estes, muitas vezes traidores, traíram o Cristo Íntimo.

Tudo isto é doloroso, infinitamente doloroso. Caifás é o que há de mais sujo. Estes três traidores levam o Cristo Íntimo ao suplício.

Pensem por um instante no Cristo Íntimo, no mais profundo de cada um de vocês, Senhor de todos os processos mentais e emocionais, lutando por salvá-los, sofrendo terrivelmente; os próprios Eus de vocês protestando contra Ele, blasfemando, pondo-Lhe a coroa de espinhos, açoitando-O.

Bem, esta é a crua realidade dos fatos, este é o Drama Cósmico vivido interiormente.

Finalmente, este Cristo Íntimo subiria ao Calvário [,isto é óbvio,] e baixa ao sepulcro, com sua morte mata a morte, isto é a última coisa que faz.

Posteriormente ressuscita no Iniciado e o Iniciado ressuscita n’Ele. Então a Grande Obra está realizada, “consummatum est”."


                          Mensagem de Natal deixada pelo V. M. Samael Aun Weor em 1975.

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