sábado, 3 de dezembro de 2011

Simbologia Alquímica do Natal

"É sem dúvida, é por meio da transmutação das secreções sexuais que se elabora essa Água extraordinária, as águas puras de Amrita, o Mercúrio da Filosofia Secreta. Vale a pena meditarmos no Selo de Salomão; aí temos o triângulo superior, representação vívida do Enxofre e o inferior, vívida representação do Mercúrio. Quer dizer que o Fogo Sagrado, o Fogo do Espírito Santo, deve fecundar em nós a Matéria Caótica, para que surja a vida, deve fecundar o Mercúrio da Filosofia Secreta.

Sem dúvida, é um pouco difícil entender a questão da Estrela de Belém se não recorremos ao Selo de Salomão e à Alquimia. Repito, o Mercúrio é a Alma Metálica do Esperma Sagrado; o Enxofre é o Fogo Sagrado do Kundalini no ser humano.

Entendido isto, podemos esclarecer algo mais: o Enxofre deve fecundar o Mercúrio; com o Mercúrio fecundado pelo Enxofre podemos fabricar os Corpos Existenciais Superiores do Ser. De modo que, se não compreendêssemos isto, não compreenderíamos tampouco o Selo de Salomão ou a estrela que apareceu aos Reis Magos.

Aqui temos, para melhor compreensão, os Três Mercúrios: O primeiro é o que os Alquimistas denominam "Azougue em bruto", ou seja, o Esperma Sagrado propriamente dito.

O segundo Mercúrio é precisamente a Alma Metálica do primeiro. Mediante a transmutação, o Esperma se converte em Energia; essa Energia Sexual é denominada Alma Metálica do Esperma. O terceiro e mais importante, que é precisamente o Mercúrio fecundado pelo Enxofre. Isto é um pouco complicado e difícil de entender, mas, se vocês prestarem atenção, poderão pelo menos fazer uma idéia do que se trata. Se querem que lhes explique o Natal, devo explicá-lo como é, ou não explicá-lo.

Esperma Sagrado; a segunda, a Energia Sexual, resultado da transmutação do esperma; a terceira, o Mercúrio fecundado pelo Enxofre, ou, em outras palavras, a Energia Sexual já fecundada pelo Fogo Sagrado, mescla de Energia e Fogo que sobe pela espinha dorsal para levar-nos à Auto-Realização Íntima do Ser. Este terceiro Mercúrio é o Arché dos gregos. De modo que no Arché há Sal, há Enxofre e há Mercúrio, isto é óbvio. Lá em cima, no Macrocosmos, as nebulosas, por exemplo, compõem-se de Sal, Enxofre e Mercúrio; é o Arché dos gregos, do qual saem as unidades cósmicas. Aqui embaixo nós precisamos fabricar o Arché. Como? Mediante a transmutação. E desse Arché, que será composto de Sal, Enxofre e Mercúrio, nascerão os Corpos Existenciais Superiores do Ser. Se alguém possui os corpos Astral, Mental e Causal, se converte em um Homem de verdade, isto é óbvio, e recebe seus princípios anímicos e espirituais.

É claro que, de início, temos apenas o Azougue bruto e há que transmutá-lo. Isto é, temos as secreções sexuais e é preciso transmutá-las, sublimá-las e convertê-las em energia; esta energia é denominada Mercúrio, "Alma Metálica do Esperma ". Essa energia sobe pelos cordões espermáticos até o cérebro.

Posteriormente, essa mesma energia une seus pólos positivo e negativo no cóccix, perto do Tribeni, e então surge o Fogo. O Fogo fecunda a energia. O Fogo mesclado com a energia sobe pela medula espinhal até o cérebro; o excedente desse Mercúrio fecundado pelo Enxofre vem a cristalizar-se nos Corpos Existenciais Superiores do Ser. Primeiro se formará o Corpo Astral, a seguir o Corpo Mental e, em terceiro lugar, o Corpo Causal. Quando alguém possui os corpos Astral, Mental e Causal, recebe os princípios anímicos e espirituais, quer dizer, se converte em homem, no Homem Verdadeiro. Isto é indispensável. Mas criar os Corpos Existenciais Superiores do Ser é uma coisa, e levá-los à perfeição é outra coisa diferente.

Inquestionavelmente, o Sal, o Enxofre e o Mercúrio fazem tudo; onde quer que haja matéria, há sal; toda matéria se reduz a sal e todo sal pode ser convertido em Ouro. Assim, os Corpos Existenciais Superiores do Ser vêm a ser uma mescla de Sal, Enxofre e Mercúrio. O Sal presente em qualquer desses corpos se converte em Ouro pela ação combinada do Enxofre e do Mercúrio. Converter tais corpos em Ouro, em veículos finos Ouro, seria o indicado, e esta é a Grande Obra.

Tal prodígio não poderia se realizar sem uma ajuda especial. Essa ajuda maravilhosa é o Natal do Coração: o Cristo deve nascer no coração do Homem, para que se possa realizar essa obra gigantesca de transformar os Corpos Existenciais Superiores do Ser em veículos de Ouro Puro.

Situemo-nos em qualquer desses veículos, o Corpo Astral, por exemplo. Imaginemos uma pessoa que possui Corpo Astral. Alguém sabe que possui Corpo Astral quando pode usá-lo, mover-se com ele consciente e positivamente, viajar com ele de um planeta a outro. Imaginemos uma pessoa que tem esse Corpo Astral, mas que está trabalhando para convertê-lo num veículo de Ouro Puro, quer dizer, que quer aperfeiçoá-lo. Não poderá fazê-lo sem eliminar o Mercúrio Seco, isto é, os “eus”; e o Enxofre Arsenicado, ou seja, os átomos sanguinolentos da luxúria.

Evidentemente, tal pessoa necessitará de ajuda. Se conseguir eliminar o Mercúrio Seco e o Enxofre Arsenicado ou enxofre venenoso, então seu Corpo Astral se converterá em um veículo de Ouro Puro. Isto é difícil; felizmente, o Cristo Interno intervém e ajuda a eliminar todo esse Mercúrio Seco e esse Enxofre venenoso ou Arsenicado e, por fim, como resultado desses trabalhos, o veículo se converterá num Corpo de Ouro.

Mas, antes que o Corpo Astral venha a converter-se num veículo de Ouro precioso, terá forçosamente que passar por várias etapas. A primeira etapa é simbolizada pela cor negra, pelo Corvo Negro, e governada por Saturno. Por que? Porque o iniciado irá entrar em um franco trabalho de morte; terá de eliminar, destruir, desintegrar todos os elementos inumanos que leva em seu Corpo Astral, toda a podridão, até conseguir a Cor Branca, que é fundamental.

Esta cor branca é simbolizada pela Pomba Branca; os iniciados egípcios envergavam a veste de linho branco para representar a castidade, a pureza. O terceiro símbolo é a Águia Amarela, o iniciado obtém o direito de usar a túnica amarela.

Na quarta fase do trabalho o iniciado receberá a púrpura; ao atingir este estágio, seu Corpo Astral já estará convertido em um veículo de Ouro Puro da melhor qualidade.

O chefe de todo este trabalho alquimista é precisamente o Cristo Íntimo. Os sábios dizem que o Sal, o Enxofre e o Mercúrio são os instrumentos  passivos da Grande Obra; o mais importante, dizem eles, é o Magnésio Interior. Este Magnésio, citado por Paracelso, não é outra coisa que o Cristo Íntimo, o Senhor. Ele deve realizar, em verdade, toda a Grande Obra.

Citei como exemplo o Corpo Astral, mas é preciso realizar trabalho idêntico com cada um dos Corpos Existenciais Superiores do Ser. Sem este Magnésio Interior da Alquimia, tal labor seria absolutamente impossível; por isto é que, ao começar a Grande Obra, deve-se inquestionavelmente encarnar o Cristo Íntimo."

Extraído da Mensagem de Natal deixada pelo Venerável Mestre Samael Aun Weor em 1975.

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