sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Simbolismo do Natal VIII - Árvore da Vida - Cabala

"Quando alguém estuda a Árvore da Vida, tem que aprofundar-se nos 10 Sefirotes da Cabala Hebraica.

Desta vez, vou falar sobre os 10 Sefirotes não de cima para baixo, mas, ao contrário, de baixo para cima, pois, como me disse em certa ocasião o Conde de Saint-Germain, “agora por estes tempos nos cabe trabalhar de baixo para cima...“ É verdade, não nos resta outro remédio, já que a humanidade está demasiado materializada.

Pois bem, vou então falar sobre a Árvore da Vida começando de baixo para cima. O primeiro Sefirote é Malkhut. Mas esse Malkhut propriamente dito é o mundo físico em que vivemos, o mundo tridimensional de Euclides, isso é óbvio. Os cientistas podem conhecer a mecânica dos fenômenos, mas, que sabem eles sobre o fundo vital? Nada! Absolutamente nada!

Um corpo físico é composto de órgãos - por isto é chamado organismo - os órgãos de células, estas de moléculas e as moléculas de átomos. Se fracionarmos qualquer átomo, liberamos energia.

Os cientistas podem jogar com a biomecânica dos fenômenos, mas não podem criar vida. É impossível. Se colocarmos sobre a mesa de laboratório as substâncias químicas que compõem os gametas masculino e feminino, isto é, espermatozóides e óvulos, e dissermos aos cientistas que fabriquem esses gametas, não nego que possam fazê-lo; é possível que com poderosos microscópios o consigam. Mas estamos absolutamente seguros de que esses gametas artificiais jamais conseguiriam criar um organismo humano.

Apesar de terem criado foguetes que viajam à Lua, aviões supersônicos, etc., os cientistas não são capazes de criar uma simples semente vegetal artificial, com possibilidades de germinação. 

Alfonso Herrera, o grande sábio mexicano, que criou a teoria da Plasmogenia, fabricou uma célula artificial, mas foi uma célula que nunca teve vida, uma célula morta. 

Podem passar sementes vegetais, de café por exemplo, de um solo a outro; podem passar a semente de uma pessoa a outra pessoa, fazer inseminações artificiais, tudo isto é possível.

Mas apenas joga-se com o que a natureza fez. Os cientistas não são capazes de fabricar uma semente com possibilidade de se converter em algo vivo. Isso nunca se viu, e jamais se verá.

Conclusão: a vida é algo diferente; o organismo humano necessita de um "nisus formativus", como disse Emmanuel Kant, o filósofo de
Koenisgsberg, para sustentar-se. E esse "nisus formativus" é o corpo vital, ou "lingam sharira" dos hindus, a base vital da célula viva, o Yesod da Cabala Hebraica.

Assim como nosso corpo físico tem, para sua conservação e sustentação, seu corpo vital, também o têm as plantas e qualquer organismo que tenha vida, e o tem todo o planeta Terra.

Assim, todo o mundo terráqueo tem sua vitalidade, seu fundamento vital, seu Yesod. E nesse Yesod do mundo terráqueo está a vida de nosso mundo.

Aprofundando um pouco mais, poderíamos examinar o assunto da quinta coordenada. Além do mundo vital, existe o mundo astral. No mundo astral vivem os desencarnados, depois que abandonam o corpo físico; no mundo astral encontramos as colunas de anjos e de demônios. O mago pode aprender a trabalhar no mundo astral, se é essa sua vontade. Nós ensinamos sistemas mediante os quais é possível entrar no mundo astral à vontade.

Esse mundo astral é precisamente o Hod cabalístico. Mais além do mundo astral, encontramos o mundo da mente cósmica, o famoso Netsach dos hebreus. A Terra tem mente; a mente cósmica ou a mente planetária está em tudo o que é, que foi e que será. Nossa própria mente é uma fração da mente planetária, isso é óbvio. E essa mente planetária ou mundo mental é denominada Netsach (na Cabala), mas o mundo da mente foi amplamente estudado por todas as Escolas de Regeneração.

Continuando essa análise da Árvore da Vida, entramos no mundo das causas naturais, o mundo causal. O mundo causal é realmente o templo da Fraternidade da Luz Interior, que não foi construído por mãos humanas.

No mundo causal encontramos as diversas correntes de causação cósmica; todo efeito tem sua causa, toda causa produz um efeito. Toda causa se transforma em efeito, e o efeito por sua vez se converte em causa de um novo efeito; as causas e os efeitos estão devidamente encadeados.

No mundo causal propriamente dito está este princípio do homem conhecido como alma humana, que foi denominado Tipheret, e isso é bastante interessante.

A alma humana é masculina, a alma espiritual é feminina. No mundo de Tipheret encontramos a alma humana, o que temos de humano. Quando o Cristo Íntimo vem em nossa ajuda, obviamente haverá de surgir em nós desde Tipheret, isto é, no mundo causal, porque no mundo causal estão as causas de nossos erros, e Ele tem que eliminar as causas de nossos erros.

Para que o Cristo Cósmico possa nascer em nós, é necessário que se
humanize, pois é uma força cósmica e universal, latente em todo átomo do infinito. Para humanizar-se, terá que penetrar no ventre da Divina Mãe Kundalini. Como poderíamos entender isso?

Dentro de nós está nosso Pai que está em segredo, e também está nossa Divina Mãe Kundalini.

Quando o Eterno Masculino Divino se desdobra no Eterno Feminino, surge a Mãe Divina; ela recebe em seu ventre o Logos, quando Ele desce de sua elevada região, e nasce d'Ela; por isso se diz que Ela é virgem antes do parto, no parto e depois do parto. E é d'Ela que deve nascer esse menino Jesus, esse Jesus Cristo Íntimo, ou Jeshua particular que há de vir para salvar-nos.

Ele surge então na alma humana, quando alguém recebe a iniciação de Tipheret. Ele vem a expressar-se na alma humana, no mundo causal. De fato Ele surge ali, para poder eliminar as causas de nossos erros, que estão ali.

Muito além do mundo de Tipheret, ou mundo das causas naturais, está Geburah, que é o mundo da alma espiritual. Em budismo rigoroso se chama mundo búdico ou intuicional. Também é chamado de o mundo da alma-espírito.

O que é então o Buddhi? No Buddhi está nossa alma-espírito, a Valquíria, a Rainha dos Jinas, Guinevere, aquela que a Lancelote servira o vinho, nas taças delícias de Sucra e de Manti. Recordemos Dante, quando fala das duas almas, a que trabalha e a outra que se contempla no espelho... São duas almas, uma masculina e outra feminina. Geburah é também conhecido como o mundo do rigor, da lei, da justiça.

Muito além desse Sefirote, encontramos o sétimo Sefirote, Gedulah, que alguns chamam também Chesed. Esse Chesed é o mundo do Íntimo, o mundo de Atman, o Inefável.

O testamento da Sabedoria Antiga diz: "Antes que a falsa aurora amanhecesse sobre a Terra, aqueles que sobreviveram ao furacão e à tormenta louvaram o Íntimo, e a eles apareceram os arautos da aurora!” O Íntimo é Atman, o Inefável, Chesed.

Assim, poderíamos dizer que esses sete Sefirotes são a Manifestação.

Muito além desses sete Sefirotes inferiores, vêm os Sefirotes superiores.

Binah, que é Binah? Binah é o Espírito Santo, em cada um de nós. O
mundo do Espírito Santo é formidável, maravilhoso, extraordinário. Mais além do mundo do Espírito Santo está o mundo de Chockmah, o mundo do Logos, do Cristo Cósmico.

E muitíssimo além está o mundo de Kether, o mundo do Ancião dos Dias, nosso Pai que está em segredo. Cada um de nós tem seu Pai, particular, individual. Há tantos Pais no céu como pessoas na Terra, e ainda mais.

Cada um de nós tem o seu. É óbvio que ninguém será capaz de ver o Pai, de conversar com Ele cara a cara, sem morrer.

Isto é, primeiro tem que morrer o Ego, não o corpo, mas o Ego, para então ter a bem-aventurança de ver o Pai e conversar com Ele frente a frente.

Do contrário, não seria possível. É necessário que o Ego morra, se não totalmente, em pelo menos noventa por cento para se ter a benção de ver o Pai e conversar com Ele cara a cara, pessoalmente. Ele é a Bondade das Bondades, o Oculto do Oculto, a Misericórdia das Misericórdias.

Esta é a Árvore da Vida, os Dez Sefirotes da Cabala Hebraica. O Filho do Homem está no Sefirote Tipheret; é aí onde está o Filho do Homem. Se olhamos a Tipheret, vemos que é o quinto dos Sefirotes, isto é, está a meio caminho entre os Sefirotes de cima e os de baixo.

É que Ele, como Filho do Homem que é, na alma humana terá que expressar-se e terá que reunir os Sefirotes de baixo e os de cima, integrá-los em Si mesmo, para transformar-se realmente no Adam Kadmon, isto é, no Adão Celeste, no Adão Solar. Quando isto for feito, estaremos convertidos em Deuses terrivelmente divinos, além do Bem e do Mal.

Assim, sem o Cristo, que vem manifestar-se em Tipheret, não seria possível chegar a tão tremendas alturas. O Senhor é fundamental para a Grande Obra. Ele é o Magnésio Interior da Alquimia.

Compreendendo então a Árvore da Vida, saberemos também o que é o Filho do Homem, tal como figura na Bíblia. Mas não poderíamos saber o que é o Filho do Homem se não estudássemos a Árvore da Vida no Zohar."

Mensagem de Natal deixada pelo V. M. Samael Aun Weor em 1975.

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