terça-feira, 27 de setembro de 2011

A Autêntica Liberdade

"O sentido de liberdade é algo que ainda não foi entendido pela humanidade. Sobre o conceito liberdade, traçado sempre de forma mais ou menos equivocada, tem-se cometido gravíssimos erros."

"Combate-se certamente por causa de uma palavra, tira-se deduções absurdas, comete-se atropelos de toda espécie e derrama-se sangue nos campos de batalha. A palavra liberdade é fascinante e todo mundo gosta dela, contudo, não se tem uma verdadeira compreensão sobre a mesma; existe confusão com relação a esta palavra."
 
"Não é possível encontrar uma dúzia de pessoas que definam a palavra liberdade da mesma forma e do mesmo modo. O termo liberdade de modo algum seria compreensível para o racionalismo subjetivo. Cada um tem, sobre este termo, idéias diferentes; são opiniões subjetivas, pessoais, desprovidas de toda realidade objetiva." Ao delinear-se a questão liberdade, há muita incoerência, imprecisão e incongruência em cada mente."
 
"Estou seguro de que nem sequer Emanuel Kant, o autor de "A Crítica da Razão Pura" e de “A Crítica da Razão Prática", jamais analisou esta palavra, para dar-lhe o sentido exato."
"Quantas bandeiras, quanto sangue e quantos heróis se sucederam no curso da história, cada vez que sobre o tapete da vida foi posta a questão liberdade? Infelizmente, depois de toda independência, lograda a tão alto preço, continua dentro de cada pessoa a escravidão."
 

"Quem é livre? Quem conseguiu a tão famosa liberdade? Quantos se emanciparam? Ai, ai, ai... O adolescente anela a liberdade. Parece incrível que, muitas vezes, tendo pão, abrigo e refúgio, queira fugir da casa paterna em busca de liberdade! Resulta incongruente que o jovem, que tem tudo em casa, queira evadir-se, fugir, afastar-se de sua morada fascinado pelo termo liberdade. É estranho que, gozando de todo tipo de comodidades, num ditoso lar, queira perder o que tem para viajar por essas terras do mundo e submergir-se na dor."
 
"Que o desventurado, o pária da vida, o mendigo anele, de verdade, afastar-se da casinha, da choça, com o propósito de obter alguma mudança melhor é correto, mas que o bem-nascido, o filhinho da mamãe, busque escapatória, fugir, resulta incongruente e até absurdo. Porém é assim. A palavra liberdade fascina, enfeitiça, ainda que ninguém saiba defini-la de maneira precisa. Que a moça queira liberdade, que anele mudar de casa, que deseje casar-se para sair do lar paterno e viver uma vida melhor, em parte é lógico, porque ela tem o direito de ser mãe. Porém, em sua vida de esposa, descobre que não é livre e com resignação seguirá carregando as cadeias da escravidão."

 
"Certamente, cada vez que se luta pela liberdade, apesar das vitórias, somos defraudados. Tanto sangue derramado inutilmente em nome da liberdade, e, contudo, continuamos escravos de nós mesmos e dos demais. As pessoas lutam por palavras que nunca entenderam, ainda que os dicionários as expliquem gramaticalmente. A liberdade é algo que se tem que conseguir dentro de si mesmo. Ninguém pode consegui-la fora de si mesmo."

 
" "Cavalgar pelo ar” é uma frase oriental que ilustra o sentido da genuína liberdade. Ninguém poderia, em verdade experimentar a liberdade enquanto sua consciência continuasse engarrafada no “si mesmo”, no “mim mesmo”. Compreender este “eu mesmo”, minha pessoa, o que eu sou, é urgente quando se quer, sinceramente, conseguir a liberdade. De modo algum poderíamos destruir os grilhões da escravidão sem havermos compreendido previamente toda esta questão pessoal, tudo isto inerente ao “eu”, ao “mim mesmo”."
 
"Em que consiste a escravidão? O que é que nos mantém escravos? Que grades são estas? Tudo isto é o que necessitamos descobrir. Ricos e pobres, crentes e descrentes, todos estão formalmente presos, ainda que se considerem livres. Enquanto a consciência, a essência, o mais digno e decente que temos em nosso interior, continuar engarrafada no “si mesmo”, no “mim mesmo”, no “eu mesmo”, em “minhas apetências e temores”, em “meus desejos e paixões”, em “minhas preocupações e violências”, em “meus defeitos psicológicos”, estará em prisão formal."

 
"O sentido de liberdade só pode ser compreendido integralmente quando são aniquilados os grilhões do nosso próprio cárcere psicológico. Enquanto o eu mesmo existir, a consciência estará na prisão. Evadir-se da prisão só é possível mediante a aniquilação budista, dissolvendo o eu, reduzindo-o a cinzas, à poeira cósmica. Então, a consciência livre, desprovida do eu, na ausência absoluta do “mim mesmo”, sem desejos, sem paixões, sem apetências nem temores, experimenta de forma direta a verdadeira liberdade."


 
"Qualquer conceito sobre liberdade não é liberdade. As opiniões que formemos sobre liberdade estão muito longe de refletir a realidade. As idéias que forjemos sobre o tema liberdade nada têm a ver com a autêntica liberdade. Ela é algo que temos de experimentar de forma direta e isso só é possível com a morte psicológica, dissolvendo o “eu”, acabando para sempre com o “mim mesmo”."

  
"De nada serviria continuar sonhando com a liberdade, se de todas as maneiras prosseguimos como escravos. Mais vale nos ver assim como somos, observar, cuidadosamente, todos esses grilhões da escravidão, que nos mantêm na prisão formal."
 
"Autoconhecendo-nos, vendo o que somos interiormente, descobriremos a porta da autêntica Liberdade."

Para Saber Mais: A Grande Rebelião. V. M. Samael Aun Weor

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