quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A Lei do Pêndulo

Nos antigos tempos o dogma da evolução não existia e os sábios entendiam que os processos históricos se desenvolvem sempre de acordo com a Lei do Pêndulo.

Tudo fui e reflui, sobe e desce, cresce e decresce, vai e vem de acordo com essa lei maravilhosa.


Em um extremo do pêndulo está a alegria, no outro a dor; todas as nossas emoções, pensamentos, desejos, anelos, oscilam de acordo com a Lei do Pêndulo. Esperança e desespero, pessimismo e otimismo, paixão e dor, triunfo e fracasso, ganho e perda, correspondem certamente aos dois extremos do movimento pendular.

Às vezes nos encontramos muito alegres, contentes; outras vezes, nos achamos deprimidos, tristes. Temos épocas de progresso, de bem-estar, uns mais que outros, de acordo com a Lei do Carma. Temos, também, épocas críticas no econômico, no social, etc. Ninguém pode ignorar que estamos sempre submetidos a muitas alternativas no terreno prático da vida.

Geralmente, às épocas que denominamos felizes seguem épocas angustiantes. É a Lei do Pêndulo a que governa, realmente, nossa vida.

Surgiu o Egito, com todo o seu poder e senhoria, às margens do rio sagrado, mas quando o pêndulo se deslocou para o outro lado, quando se levantou no extremo oposto, caiu o país dos faraós e se levantou Jerusalém, a cidade querida dos profetas.

O movimento pendular levanta e derruba impérios, faz surgir poderosas civilizações e logo, as destrói.

O fanático religioso, devido a qualquer acontecimento insólito ou decepção, pode ir para o outro extremo do pêndulo, converter-se em ateísta, materialista e cético.

O fanático materialista, ateísta, devido a qualquer fato inusitado, talvez um acontecimento metafísico transcendental, um momento de terror indizível, pode levá-lo ao extremo oposto do movimento pendular e convertê-lo em um reacionário religioso insuportável.

Diante da proximidade de uma morte inevitável, diante de um instante de indizível terror, os inimigos do eterno, os materialistas e incrédulos passam instantaneamente para o outro extremo do pêndulo e terminam orando, chorando e clamando com fé infinita e enorme devoção.

Todos os seres humanos dependem da Lei do Pêndulo, isso é óbvio. Seria absurdo que exigíssemos que nossos amigos não estivessem jamais submetidos à Lei do Pêndulo. Nunca devemos estranhar, por exemplo, que um amigo com o qual temos tido sempre boas relações, da noite para o dia, apareça com cenho franzido, iracundo, rabugento, irascível, áspero na conversa, diante de nós. Nesses casos, há que fazer uma reverência respeitosa e afastar-se para que o amigo tenha tempo para aliviar-se. Pelo fato de que, um dia, nos faça “cara feia”, não devemos desanimar, pelo contrário,
compreendê-lo, porque não há ser humano que não esteja submetido à Lei do Pêndulo.

Todas as pessoas, em suas relações ou inter-relações, vivem completamente escravizadas pela Lei do Pêndulo: tão rápido como sobem com a alegria transbordante, cantando vitoriosas, vão ao outro lado, deprimidas, pessimistas, angustiadas, desesperadas. A vida parece complicar-se toda, de acordo com a Lei do Pêndulo. As altas e baixas monetárias, subidas e descidas das finanças, as épocas de maravilhosa harmonia entre os familiares, os tempos de conflitos e problemas, sucedem-se inevitavelmente, de acordo com a Lei do Pêndulo.

Para nossa maneira de ver as coisas, devemos assegurar, de forma enfática, que a Lei do Pêndulo é, cem por cento, mecanicista. Temos essa Lei em nossa mente, em nosso coração e nos centros motor-instintivo-sexual. E óbvio que existe, em cada centro, a Lei do Pêndulo. Na mente, está perfeitamente definida com o batalhar das antíteses, nas opiniões contrárias. No coração, com as emoções antitéticas, com os estados de angústia e de felicidade, de otimismo e depressão. No centro motor-instintivo-sexual, manifesta-se com os hábitos, os costumes, com os movimentos; franzimos o cenho, ficamos austeros quando nos encontramos deprimidos ou sorrimos alegres, sob o impulso, pois, do centro motor, quando nos achamos muito contentes. Saltamos, pulamos cheios de alegria por uma boa notícia, nos tremem as pernas diante de um perigo iminente. Tese e antítese do centro motor, a Lei do Pêndulo no centro motor.

Conclusão: somos escravos de uma mecânica. Se alguém nos dá palmadinhas no ombro, sorrimos tranqüilos; se alguém nos dá uma bofetada, respondemos com outra; se alguém nos dirige uma palavra de louvor, sentimo-nos felizes, porém, se alguém nos fere com uma palavra agressiva, sentimo-nos terrivelmente ofendidos. 

Resumo: somos maquininhas submetidas à Lei do Pêndulo, cada um pode fazer de nós o que lhe venha na vontade.

Dessa forma, a psique de cada um de nós, na realidade, está submetida ao que os demais queiram. Não somos - isso é triste dizer - donos de nossos próprios processos psicológicos, somos verdadeiras marionetes que qualquer um maneja. Se eu quero tê-los, aqui, contentes, basta-me mitigar-lhes o ódio, louvá-los, e os tenho felizes. Se quero que fiquem desgostosos comigo, ponho-me a ofendê-los e, então, vocês franzem o cenho, o cenho; já não me verão “com doces olhos”, como o fazem neste momento, mas sim de forma iracunda, com “olhos de pistola”. Porém, se eu quero tornar a vê-los contentes outra vez, volto e lhes falo docemente. 

Resultado: vocês convertem-se, para mim, em um instrumento em que posso tocar melodias, doces, graves, agressivas ou  românticas, como quiser. Então, onde está, pois, a individualidade das pessoas? Pois, não a possuem, se não são donas de seus próprios processos psicológicos. 

Quando alguém não é dono de seus próprios processos psicológicos, não pode dizer, realmente, que possui uma individualidade.

Bom, haveria alguma forma para se escapar desta terrível Lei mecânica do Pêndulo? Vocês crêem que existe alguma maneira de escapar? Se não a houvesse, estaríamos condenados a viver uma vida mecânica per secula seculorum, amém... Obviamente, tem que haver algum sistema que nos permita evadir-nos dessa Lei, ou manejá-la. Existe, realmente: temos que aprender a tornar-nos compreensivos, reflexivos, aprender a ver as coisas, na vida, tal como são.

Somente mediante o Tau, no centro do círculo mágico, somente mediante a síntese, podemos reconciliar os opostos dentro de nós mesmos; isso é óbvio.

Assim, pois, se faz necessário que aprendamos a reconciliar os opostos, se faz necessário que nos libertemos da Lei do Pêndulo e que vivamos melhor dentro da Lei do círculo. Alguém se liberta da Lei do Pêndulo quando se coloca na Lei do círculo, quando se coloca em Tau, que está no centro do círculo mágico. Porque, então, ao seu redor, tudo passa; por tudo ao redor de sua consciência, que é um círculo, que é a consciência global de si mesmo, vê como passam os distintos acontecimentos, com suas duas faces; coisas com suas duas posições, as circunstâncias, etc. Os triunfos e as derrotas, o êxito e o fracasso.

Tudo tem duas faces, e alguém, situado no centro, reconcilia os opostos, já não teme o fracasso econômico, já não seria capaz de “rebentar as tampas dos miolos”, porque perdeu sua fortuna do dia para a noite, como têm feito muitos jogadores do Cassino de Monte Carlo. Perdem sua fortuna e se suicidam; já não vão sofrer pelas traições de seus amigos, fazem-se invulneráveis ao prazer e à dor.

Vejam o extraordinário, o maravilhoso! Porém se nós não aprendemos a viver dentro do círculo, se não nos radicamos exatamente no Tau - ponto central do círculo mágico -, continuaremos como estamos, expostos à lei trágica e cambiante do pêndulo que é completamente mecanicista e, cem por cento, dolorosa.

Assim, devemos aprender a viver inteligentemente, conscientemente; isso é óbvio.

Para Saber Mais Leia: V. M. Samael Aun Weor. Introdução à Gnose; A Grande Rebelião.

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