sábado, 29 de outubro de 2011

Resolvendo Conflitos, Problemas e Contradições

"Dentro e em torno de nós, existem milhares de contradições que geram conflitos.

Realmente, o que existe dentro de nós existe também na sociedade, porque esta é, como já dissemos tantas vezes, uma extensão do indivíduo. Se há contradição e conflito dentro de nós, também há conflito na sociedade. Se o indivíduo não tem paz, a sociedade também não tem. Nessas condições, toda a propaganda pela paz resulta, de fato, totalmente inútil.

Quando nos auto-analisamos de forma judiciosa, descobrimos que dentro de nós existe um estado contraditório de afirmações e negações que se alternam. É o conflito entre o que queremos ser e o que somos realmente. Se somos pobres, queremos ser milionários; se somos soldados, queremos ser generais; se somos solteiros, queremos nos casar; se somos empregados, queremos ser gerentes e assim por diante.

O estado de contradição engendra conflitos, dores, miséria moral, atos absurdos, violências, murmurações, calúnias etc. O estado de contradição na vida jamais nos pode trazer paz. Uma pessoa sem paz nunca poderá resolver seus problemas. 

Você necessita resolver inteligentemente seus problemas e, por isso, é urgente que viva sempre em paz. O estado de contradição impede a resolução dos problemas porque cada problema implica em milhares de contradições: Farei isto? Farei aquilo? Como?

Quando? A contradição mental cria conflitos e obstáculos a resolução dos problemas.



Primeiramente, é imprescindível solucionarmos as causas da contradição para acabarmos com os conflitos. Só assim advém a paz e, concomitantemente, a solução dos problemas. É importante descobrirmos as causas das contradições e analisá-las detalhadamente. Com isso, eliminaremos o conflito mental. Não é correto culpar os outros pelas nossas contradições internas, porque essas estão dentro de nós mesmos. Existe conflito mental entre o que somos e o que queremos ser; entre o que é um problema e o que queremos que seja. Quando temos um problema de qualquer ordem: moral, econômico, religioso, familiar, conjugal etc., nossa primeira reação é pensar nele, resistir-lhe, negá-lo, aceitá-lo, tentar explicá-lo. Temos que saber que, com a angústia mental, com a contradição, com a preocupação e com o conflito, não resolveremos nenhum problema. A melhor maneira de reagirmos diante de um problema é promovermos o silêncio da mente que surge quando não mais pensamos no problema. Esse silêncio advém quando compreendemos que, com os conflitos e suas contradições, nada resolvemos. Esse silêncio não é um dom especial de ninguém nem uma capacidade de determinado tipo. Ninguém pode cultivar esse silêncio com a mente inquieta. Ele advém naturalmente, quando compreendemos que nenhum problema pode ser resolvido quando procuramos resistir-lhe, aceitá-lo, afirmá-lo ou explicá-lo.

Do silêncio mental nasce a ação inteligente, intuitiva e sábia, que resolve o problema, por mais difícil que seja, e que não é o resultado de reação alguma. Quando percebemos o fato e nos damos conta do problema sem afirmá-lo, negá-lo ou tentar explicá-lo; quando nem o aceitamos nem o rechaçamos, então, advém o silêncio da mente. Do silêncio
mental, floresce a intuição e brota a ação inteligente, que resolvem completamente o problema.

Somente na quietude e no silêncio da mente há liberdade e sabedoria. O conflito mental é destrutivo, ruinoso, resultando nos desejos opostos: ora queremos isto, ora desejamos aquilo, numa constante contradição e conflito.

A contradição persistente que existe dentro de nós se deve à luta entre desejos opostos. Há uma permanente negação de um desejo por outro desejo; um empenho se sobrepõe a outro. Não existe um desejo permanente no ser humano, é sempre fugaz: a pessoa quer um emprego e, depois que o tem, deseja outro; o empregado quer ser gerente, o padre quer ser bispo... ninguém está satisfeito com o que tem. Todo mundo está cheio de desejos insatisfeitos e busca a satisfação dos seus desejos.

A vida é uma sucessão absurda de desejos fugazes e tolos. Quando compreendemos profundamente que todos os desejos da vida são efêmeros, quando entendemos que o corpo físico é engendrado no pecado e que seu destino é a putrefação no sepulcro, nasce, então, dessa profunda compreensão, a verdadeira paz da mente, fazendo com que desapareçam a contradição e o conflito. Só a mente que está em paz pode solucionar os problemas. A paz se estabelece no silêncio da mente.

A contradição surge da teimosia quando, por exemplo, a mente se aferra a um só desejo; quando quer a todo custo que o desejo se realize e, com isso, é lógico que tende a gerar conflitos. Se observarmos cuidadosamente duas pessoas que estão discutindo um problema, podemos confirmar que cada uma se apega ao seu desejo, procurando satisfazê-lo. Com isso, é natural que se crie o conflito mental. Quando, resolutamente, compreendemos a futilidade dos desejos e que esses são a causa dos nossos conflitos e amarguras, surge, então, a paz verdadeira."


Para saber mais: V. M. Samael Aun Weor; Introdução à Gnose.

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